As oito práticas do yôga

As oito práticas do yôga

O yôga é mais do que um conjunto de posturas engraçadas e de nomes estranhos. Trata-se na verdade de um sistema de saúde ancestral, ensinado ao longo de mais de 5000 mil anos, ajudando as pessoas a alcançar níveis crescentes de bem-estar físico, mental e espiritual.

O conceito das oito práticas do yôga vem de um livro chamado Yoga Sutra, escrito em 200AC por Patanjali que descreveu o yôga como um caminho de oito voltas que conduzia ao objetivo final – Samadhi – a consciência plena.

As práticas, seguem-se numa ordem específica, trabalhando do exterior para o interior. A prática com o qual estaremos, à partida, mais familiarizados é a 3ª prática – Ásana.

Perceber as oito práticas pode acrescentar um novo entendimento à tua prática, por isso aqui segue uma breve explicação de cada uma delas.

1. Yamas (Padrões Éticos)

Os Yamas estão relacionados à forma como nos relacionamos com os outros. São essencialmente padrões éticos que nos lembram que aquilo que fazemos fora da academia de yôga é tão importante quanto aquilo que fazemos dentro.

Os 5 Yamas são Ahimsa (não violência), Satya (veracidade), Asteya (não roubar), Bramacharya (viver em maior consciência) e Aparigraha (ausência de ganânica, sem possessão).

2. Niyamas (Padrões Pessoais/Autodisciplina)

Os Niyamas traduzem a nossa relação connosco próprios. Oferecem-nos uma estrutura para a autodisciplina e lembram-nos da importância das nossas acções (e inacções).

Os 5 Niyamas são: Saucha (pureza do corpo e mente), Santosha (satisfação), Tapas (parcimónia), Svadhyaya (autoestudo) e Isvarapranidhana (rendição à nossa fonte espiritual).

3. Asana (Posturas)

A prática com o qual mais nos relacionamos e conhecemos. Os Ásanas são utilizados, actualmente, para descrever posturas físicas que nos oferecem infindáveis benefícios físicos incluindo flexibilidade, força, equilíbrio físico e psíquico e desintoxicação. Tradicionalmente, o propósito do ásana (que se traduz como “sentar”) era o de preparar o corpo para as práticas internas que se seguem.

4. Pranayama (Técnicas Respiratórias)

Prana é a força vital que deriva da criação e que existe em nós como energia. As técnicas respiratórias do yôga ajudam-nos a expandir a nossa energia e a focar a nossa atenção para além do campo físico, indo para níveis mais subtis.

5. Pratyahara (Bloqueio Sensorial)

Quando a informação chega aos órgãos dos sentidos (tato, odor, audição, visão e paladar) a mente é estimulada. Pratyahara ensina-nos a bloquear a estimulação externa e a trazer o foco da nossa atenção para o interior.

É um estádio preparatório para a meditação. Mesmo que nos sentemos sossegados num local, não conseguimos anular todos os estímulos, mas conseguimos treinar-nos para não sermos afectados por eles.

6. Dharana (Concentração)

A concentração eleva a nossa mente para um único foco. É difícil concentrarmo-nos quando a mente salta entre os vários estímulos que nos chegam, daí a importância do ramo anterior (Pratyahara). Neste estádio de concentração, uma mente agitada e ocupada pode experimentar pensamentos erráticos, cores, imagens ou formas e aprender a ignorá-los é parte da prática.

A chave é ter algo em que nos possamos concentrar, tal como uma palavra ou mantra, um símbolo ou um objecto, que nos ajudam a trazer a nossa atenção para um único ponto.

7. Dhyana (Meditação)

Longos períodos de Dharana levar-nos-ão,naturalmente, à meditação. Podem parecer ser a mesma coisa, contudo enquanto a Dharana conduz a atenção para um único ponto, Dhyana é a atenção plena sem um foco específico. A mente foi levada ao ponto zero – quase sem pensamentos – flutuando entre os espaços mágicos, e cada vez maiores, entre os pensamentos.

Podemos oscilar entre Dharana e Dhyana à medida que continuamos a nossa prática, mas a palavra-chave é esta mesmo – prática!

Durante a meditação, a mente e o corpo experienciam uma profunda sensação de paz e relaxamento e apenas alguns minutos podem ser completamente rejuvenescedores.

8. Samadhi (Pura Consciência)

Samadhi é quando o praticante emerge como o objecto da sua meditação e torna-se um só com o espaço que o rodeia. É algo descrito como êxtase, mas não é uma experiência emocional. O praticante simplesmente se torna em pura consciência, uno com o divino.

Estes são então as 8 práticas do yôga. Trata-se de um caminho que requer prática, esforço e muita dedicação. No final do caminho teremos encontrado não uma forma de estar na vida, mas uma forma de ser.

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